
Por: Pedro Scalon Netto, artista, músico e historiador
Ele é evitado por muitas pessoas que acostumadas a fugirem de si mesmas, recorrem a subterfúgios como alternativa para não ter que pensar, e assim se escondem no meio de todo mundo e vira um monte de gente igual, que agem de modo similar, sem personalidade e sem vontade própria.
A convivência diária misturada com pessoas de pouca criatividade, que buscam serem iguais aos outros e se satisfazem copiar ao invés de criar, cultiva gerações pouco interessantes.
O silêncio é primordial para que pessoas especiais submergem e dê vida a vida. Ele entra nas profundezas nunca antes exploradas e vai vasculhando, procurando se encontrar diante de um mundo mágico.
Essa viagem é demorada, não precisa de passagem, de dinheiro e passaporte, mas precisa de coragem e persistência. A medida que se aprofunda o silêncio vai se acalmando, a paz vai evidenciando e a vontade de persistir nele aumenta.
O silêncio é enriquecedor, e quem sabe vai chegar o momento em que a comunicação por ele vai ser mais presente e eficiente. Nos últimos tempos as conversas que se ouve, tanto nos relacionamentos quanto no dia- a- dia de todos ficaram bastante banalizadas e a palavra perdeu realmente o seu valor.
Hoje se promete muito, falar demasiado sobre tudo e todos e literalmente falam sem pensar, pois se pensassem, se analisassem para falar, não sairia tantos absurdos, tanta incoerência, tanta discrepância.
O silêncio ajuda a mente a se organizar e assim contribui para que o indivíduo tenha uma relação melhor com a sociedade e com ele mesmo. As palavras normalmente possuem dúbio sentido e expressar somente por ela limita um pouco a conversa. Infelizmente é o método mais comum usado.
A linguagem corporal apresenta também interpretação própria e o que acontece é que às vezes o corpo fala uma coisa e a palavra fala outra. Então, é interessante escutar aquilo que a palavra e o corpo não fala.